Posso beber tomando Rivotril?
Posso beber tomando Lexotan?
Posso beber tomando Stilnox?
Posso beber tomando Fluoxetina? Posso beber tomando Paroxetina? Posso beber tomando Quetiapina? Posso beber tomando Lexapro?
Preciso parar meu antidepressivo para beber nos finais de semana?
Todos os dias recebemos uma pergunta semelhante: se o paciente pode beber bebida alcoólica enquanto está tomando medicamento psiquiátrico.
A maioria das bulas fala para evitar beber, assim como dirigir máquinas pesadas.
Vamos fazer algumas considerações:
Alguns pacientes tomam o medicamento psiquiátrico por semanas, a maioria toma por alguns meses e alguns tomam por anos.
O fabricante do medicamento não tem como saber se determinado paciente bebe muito ou pouco.
Ele não sabe se o paciente vai tomar determinado medicamento em dose baixa, média, alta ou mesmo abusar da quantidade de medicamento.
O fabricante também não sabe se o paciente dirige um carro de casa para o trabalho ou o supermercado ou um trator de 20 toneladas por uma estrada
Então ele precisa se proteger, o que faz muito sentido.
A maioria dos leitores pergunta simplesmente “posso beber cerveja no final de semana tomando Lexapro?” ou “tomo Cymbalta, posso beber à noite”?
Poucos perguntam: “tomo 0,25 mg de Rivotril às 8 hs da manhã. Posso tomar uma taça de vinho com minha mulher no jantar?”.
Muitos pacientes pensam que o álcool “corta o efeito do medicamento”, que é o que se fala dos antibióticos.
Na verdade os medicamentos psiquiátricos potencializam (aumentam) o efeito embriagante do álcool assim como o álcool potencializa (aumenta) o efeito do medicamento.
Outros (a maioria) são metabolizados no fígado, assim como o álcool.
Um paciente jovem com fígado saudável consegue metabolizar várias substâncias ao mesmo tempo.
Um paciente de mais idade ou com problemas no fígado provavelmente terá problemas para metabolizá-las.
Então, quando este site (e qualquer outro) não responde a uma pergunta dessas, não é por má vontade, é porque não sabemos as doses e horários do remédio e da bebida, não conhecemos os antecedentes do paciente (eventuais problemas com bebida, com leis de trânsito, com história de abuso de medicamentos), etc.
Um executivo estressado ou ansioso que toma 10 mg de Lexapro ou Reconter de manhã e quer tomar um drinque em casa à noite é diferente de um jovem que toma Concerta ou Venvanse e quer varar a noite numa balada com energéticos e bebida.
Poderíamos dizer: “use o bom senso”.
Mas como disse René Descartes:
“O bom senso é a coisa mais bem distribuída entre os homens. Todos se acham dotados da quantidade necessária e suficiente dele”.
Então, para essas perguntas, temos uma resposta: esse é um assunto que você deve discutir com seu médico. Ele conhece seus hábitos, suas condições de saúde, os horários e doses de seus remédios e, em parte, sabe também se você tem juízo para não exagerar.